terça-feira, 30 de dezembro de 2008

TENS AMIGOS ?

Ah, que fenômeno instigante o da amizade que se mantém, independente da convivência.Será amizade? Será saudade comum dos anos vividos em amizade? Será saudade dos anos felizes, ou uma afinidade que se espraia no tempo? Não sei responder.
Amigos há, que levam anos sem se verem e, quando acontece, retomam a conversa como se tivessem estado juntos na véspera.
Amizades há (havia?) que se dissolvem com o passar do tempo ou a distância. Sei que, com algumas pessoas (poucas), há uma insistência teimosa em desejar ver, trocar idéias e experiências, pela certeza da reciprocidade e do "ser aceito". Sim, talvez seja a certeza de ser aceito, uma das maiores necessidades humanas neste mundo de incompreensões. Ser aceito é a pré-condição da amizade. Talvez o fermento da amizade seja a necessária certeza prévia de acolhimento do que somos, como somos e do que pensamos.
O mistério da amizade talvez resida no alívio que traz a existência de alguém que nos acolha. Digo acolha e, não, recolha, aí já seria dependência de um lado e paternalismo do outro. Acolher significa receber de bom grado, previamente, sem julgamentos ou resistências. É molesto o fato de que os seres humanos vivam a julgar e que suas opiniões prévias interponham barreiras na comunicação, dificultando-a.
O mistério da afinidade consiste na inexistência das resistências ao outro,mesmo quando haja discordância. Isso não deriva apenas de afeto.Quantas vezes há afeto entre as pessoas sem, porém, a aceitação natural, espontânea e prévia?
Verifique nas amizades tidas e vividas ao logo da vida, o que delas restou.Haverá muita vivência, boa e má. Raramente, porém, restará a amizade... Com os anos, vão tornando-se escassas as amizades que atravessaram sem arranhões e sem mágoas o terreno íntimo que lhes é próprio, restando a amizade, como fruto, após ingentes experiências humanas e existenciais, apenas (e já é tanto...).Amizade é o que resta da amizade. E o que dela, está a ser vivido no agora de cada um.

(Artur da Távola)


n n n

POEMA DE UM APRENDIZ
Quero ser teu amigo,
Nem de mais, nem de menos,
Nem tão longe, nem tão perto,
Na medida que eu puder.
Mas amar-te, sem medida,
E ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-lhe a liberdade,
Sem jamais te sufocar,
Sem forçar tua vontade,
Sem falar, quando for hora de calar,
Sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
E' bonito ser AMIGO,
Mas confesso e' tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência!
Vou encher teu rosto de lembranças.
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias.
(Desconheço o autor)

n n n
BENDITOS
Benditos os que possuem amigos
os que os têm sem pedir
Porque amigos não se pede
não se compra nem se vende
amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos
os que falam com o olhar
Porque amigo não se cala
não questiona nem se rende
amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos
os que entregam o ombro pra chorar
Porque amigo sofre e chora
amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos
que acreditam na tua verdade
ou te apontam a realidade
Porque amigo é a direção
é a base, quando falta o chão
Benditos sejam todos os amigos
de raízes, verdadeiros
Porque amigos são herdeiros
da real sagacidade
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
(Isabel Machado)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

BELÍSSIMO ANO NOVO

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo cor de arco-íris ou da cor da sua paz, ano novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido); para você ganhar um Ano Novo não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo na sementinha do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior), novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegrama ?), não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependimento pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você tem que merecê-lo, tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre .
(Drummond)

Recebido por e-mail de Mariangela.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

DO AMOR

  1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
  2. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
  3. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
  4. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
  5. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal
  6. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
  7. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
  8. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
  9. Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
  10. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
  11. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
  12. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
  13. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

(CORINTIOS I - CAPÍTULO 13)