sexta-feira, 8 de junho de 2012

Impermanência

Tristes tempos os nossos, em que o individualismo exacerbado impera como regra amplamente difundida e aceita. Vidas reduzidas a minúsculas caixas,– pequeninas zonas de conforto.
Projetos existenciais reduzidos aos interesses próprios e aos da família imediata.A superficialidade das conversas que ocupam as relações sociais e o nosso dia-a-dia comprova a miopia existencial que impera.
“O meu carro ‘zero’!
"O plano de saúde ‘top’ da minha família”.
“O meu salário e a minha renda.
"O apartamento maior para onde em breve pretendo me mudar.”
“O roteiro de férias da minha família!

E vem a onda gigantesca sacudir as nossas rasas convicções, e remeter os olhos dos que queiram enxergar para as coisas que realmente importam.
Diante das forças imponderáveis da existência, até mesmo o monte Fuji vê sua opulência perdida.
Era para ser mais um dia de rotina e afazeres, como outro qualquer, não fosse a grande onda.
Um breve instante, e tantos planos, projetos e existências arrasados.
Viver é dançar na corda oscilante do inesperado.
Não convém depositar a nossa confiança nos bens materiais, nos dias e nas horas.
Os bens materiais não resistem às tempestades e intempéries da vida.
Não convém depositar neles a nossa confiança.
Impermanência, – outro nome para a vida terrena.
A sabedoria popular ensina que tudo na vida é passageiro. O budismo, através do conceito da impermanência, anitya, mostra como utilizar esse conhecimento para viver melhor.