quinta-feira, 7 de março de 2013

MEDINDO AS RIQUEZAS DO SER HUMANO!!

Tenho a intenção de processar a revista "Fortune", porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo, e nesta lista eu não apareço. E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não? Vou mostrar a vocês: Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que conservo não sei como. Eu tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade. Eu tenho irmãos que são como meus amigos, e amigos que são como meus irmãos.

Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos. Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles leem o que eu mal escrevo. Eu tenho uma casa, e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa).

Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs e que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso. Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra. Eu tenho olhos que veem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim não haviam ocorrido nunca. E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito. Pode haver riquezas maiores do que a minha? Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta?" E você, como se considera? Rico ou pobre? Há pessoas pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é ... DINHEIRO.

Armando Fuentes Aguirre (Catón)

terça-feira, 5 de março de 2013

E precisamos todos desobedecer...


As grandes conquistas, criações e descobertas da humanidade foram feitas por gente desobediente. Por isso, é tão chocante a explosão no consumo de Ritalina

Por Nanda Barreto, em Transitiva e Direta

Recebo com horror e indignação a pesquisa divulgada recentemente pela Anvisa que mostra o aumento em 75% do consumo de Ritalina entre crianças e adolescentes na faixa dos 6 aos 16 anos de 2009 a 2011. Conhecida como a “droga da obediência”, o medicamento é usado para combater o polêmico Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Estamos drogando as crianças em nome de uma sociedade doente.
Há tempos o clamor geral à obediência pulula como pulga atrás da minha orelha esquerda. 

Obedecer é um mandamento básico da educação. Ainda falamos gugu-dadá e mal caminhamos sobre os dois pés quando começam a nos cobrar comportamentos obedientes. Qualquer coisa diferente disso soa como má educação, um verdadeiro atentado à vontade alheia. Para quem se “comporta”, recompensas. Para os desobedientes, castigos.
Mas o que é “comportar-se bem” senão respeitar um conjunto de regras que, muitas vezes, ninguém sabe exatamente a razão pela qual existem? Quem determina o que e quem deve ser obedecido? E nem estou me rebelando contra as “normas” de convivência social. Compreendo que a existência de 7 bilhões de seres humanos dependa de um certo nível de organização, direitos e deveres.

Estou falando da obediência como a via suprema da educação. A obediência como um valor exacerbado que suprime o desenvolvimento, atrofia o intelecto e acostuma o coração da gente a bater na freqüência do medo. Bom, o fato é que essa pulga que planta bananeira atrás da minha orelha também planta uma pergunta: se obedecer fosse realmente uma virtude, será que a humanidade existiria?
Até onde posso alcançar, vejo que todas as grandes as conquistas, criações e descobertas da humanidade foram feitas por gente desobediente. Por gente que não se limitou a demarcações geográficas, que amou desmedidamente e foi além do “possível”. Gente hiperativa que soube dizer sim!, que soube dizer não!

Assim, fica difícil entender porque valorizamos tanto a obediência, porque nos submetemos ao conformismo da inação e gastamos uma energia gigantesca para satisfazer o senso-comum. Gente obediente não questiona, não transforma, não reluz e não pisa na grama. Chatíssimo, né? Então, que tal diminuirmos a Ritalina e semearmos a desobediência como uma prática cotidiana para expandir ideias em lugar de reduzi-las ao velho e equacionado binômio do “certo” e “errado”?