quinta-feira, 29 de maio de 2008
PEQUENAS LIÇÕES
O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor tão bem conhece. Poderá redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda”.
Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem pense mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!.
n n n
O colunista Sidney Harris conta uma estória em que acompanhava um amigo à banca de jornais. O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Harris sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro. Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:
-- Ele sempre te trata com grosseria?
-- Sim, infelizmente é sempre assim.
-- E você é sempre tão polido e amigável com ele?
-- Sim, sou.
-- Porque você é tão educado, já que ele é tão inamistoso com você?
-- Porque não quero que ele decida como eu devo agir.
n n n Rito de passagem dos Cherokees
Lenda do rito de passagem da juventude dos índios.
O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.
O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.
Ele não pode gritar por socorro para ninguém.Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.
O menino está naturalmente amedrontado.
Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele.Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.
Finalmente... Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.
n n n
Uma turista foi à cidade do Cairo, no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
A turista ficou surpresa ao ver que o sábio morava num quartinho muitosimples e cheio de livros.
A turista ficou surpresa ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros As únicas peças de mobília eram: uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis ? - perguntou a turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também:
- E onde estão os seus ?
- Os meus ? - surpreendeu-se a turista.Mas eu estou aqui só de passagem !
- Eu também ! - respondeu o sábio.
n n n
Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, e geralmente na mesma hora quando o seu vem cheirar as flores!!!
n n n
Era uma vez uma indústria de calçados que desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia. Em seguida, mandou dois de seus consultores a pontos diferentes do país para fazer as primeiras observações do potencial daquele futuro mercado.
Após alguns dias, um dos consultores enviou o seguinte fax para a direção da indústria: "Senhores, cancelem o projeto. Aqui ninguém usa sapatos ".
Alguns dias depois o segundo consultor mandou o seu: "Senhores, tripliquem o projeto da exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos ainda."
A mesma situação era um tremendo obstáculo para um dos consultores e uma fantástica oportunidade para outro. Da mesma forma, tudo na vida pode ser visto com enfoques e maneiras diferentes. A sabedoria popular traduz essa situação com a seguinte frase: "Os tristes acham que o vento geme; os alegres e cheios de espírito afirmam que ele canta". O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a vida faz toda a diferença!
quarta-feira, 28 de maio de 2008
MARIONETE

(De autor anônimo – Atribuído a García Márquez)
INSTANTES
na próxima vez trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais
Seria mais tolo ainda do que tenho sido
Na verdade bem poucas coisas, levaria a sério
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, viajara mais,
Contemplaria mais o entardecer,
Subiria mais montanhas,
Nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
Tomaria mais sorvete e menos lentilha,
Teria mais problemas reais
e menos problemas imaginários
Eu fui uma dessas pessoas que vivem
sensata e produtivamente cada minuto da vida;
Claro que tive momentos de alegria,
mas se pudesse voltar a viver
trataria de somente bons momentos.
Porque, se não sabe, disso é feita a vida,
Só de momentos, não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda chuva e um pára-quedas.
Se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
Começaria a andar descalço
no começo da primavera e continuaria assim
até o fim do outono.
Daria mais voltas na rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças,
Se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tendo 85 anos
Sei que estou morrendo...
(Atribuído a Jorge Luis Borges)
SE EU TIVESSE MINHA VIDA PARA VIVER NOVAMENTE
Eu jamais insistiria para que as janelas do carro ficassem levantadas no verão, por causa do meu cabelo, que havia acabado de ser arrumado. Eu teria acendido a vela cor-de-rosa, em forma de rosa, antes dela se desmanchar. Eu teria me sentado no chão com meus filhos, sem me preocupar em me sujar.
Eu teria chorado menos assistindo televisão e mais vivendo a minha vida. Eu teria ido para cama quando estivesse doente, ao invés de agir como se o mundo fosse acabar, caso eu não saísse aquele dia.
Ao invés de ficar desejando durante os nove meses de gravidez, eu aproveitaria cada momento, pensando como a sementinha que se desenvolvia dentro de mim, era um milagre de Deus.
Quando os meus filhos me beijassem compulsivamente, eu jamais diria, "Mais tarde. Agora vamos lavar as mãos para jantar". Haveria mais "Te amo"...mais "Me desculpe" ....mas principalmente, tendo uma segunda chance de vida, eu iria juntar cada minuto... olhar e realmente vê-lo... vivê-lo...e nunca desperdiçá-lo.
(Erma Bombeck)
terça-feira, 27 de maio de 2008
Novidade Sensacional
A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas. Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O., através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar de um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada -L.A.P.I.S.
(Millor Fernandes)
n n n
sábado, 24 de maio de 2008
Tenis e Frescobol

Frescobol se parece muito com tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...
A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há pessoas que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro! viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim..."
(Rubem Alves)
terça-feira, 20 de maio de 2008
A ARTE DE NÃO ADOECER
Se não quiser adoecer - "Tome decisão". A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.
Se não quiser adoecer - "Busque soluções". Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.
Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências". Quem esconde a realidade, finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.
Se não quiser adoecer - "Aceite-se". A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.
E se não quiser adoecer - "Confie". Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si,nos outros e em Deus.
Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste". O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor".
(Dr. Dráuzio Varella)
n n n Alegria é saúde e terapia
Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles, para isso ele é pago. Freqüente, de preferência, seus amigos alegres.Os de "baixo astral" puxam você para baixo. Continue aprendendo... Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo e o nome do diabo é Alzheimer. Curta coisas simples, ria sempre, muito e alto, ria até perder o fôlego. Lágrimas acontecem, agüente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo, esteja vivo, enquanto você viver! Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta:família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio. Aproveite sua saúde, se for boa, preserve-a; se está instável, melhore-a; se está abaixo desse nível, peça ajuda. Não faça viagens de remorso, viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado. Diga a quem você ama, que você realmente os ama, em todas as oportunidades. E lembre-se sempre que: "A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego: de tanto rir... de surpresa... de êxtase... de felicidade..." (Pablo Picasso)
(Texto de Alcantara Melo)
Algumas pessoas têm brilho próprio
Elas têm uma espécie de licença poética para fugir às regras, ir de encontro às normas e ainda assim continuar dentro de todos os padrões.
São lindas, inteligentes e têm uma certa elegância displicente. Não precisam se cobrir de griffes, nem se preocupam com o que está na moda.
Seu maior bem é sua riqueza interior, o único tipo de fortuna que não acaba, nem se rouba, permanecendo com quem a tem, independentemente das circunstâncias.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não são as que têm os vestidos mais bonitos, nem os melhores carros. Não que quem tenha tudo isso não possa ser interessante. Pode, sim, claro. Mas isso só não basta.
É preciso mais, é fundamental ir além. Pra ser verdadeiramente interessante, é necessário, além de forma, conteúdo. Só quem tem substância prende pela conversa, atrai pelo charme, encanta pelas opiniões e jamais passa despercebido. Sim, porque num mundo tão cheio de belezas superficiais, uma pessoa essencialmente rica é artigo raríssimo no mercado e, por isso mesmo, se destaca sempre, seja no trabalho, na mesa de um bar ou no amor.
E gente assim, quando aparece em nossa vida, não passa simplesmente.
Costuma deixar marcas importantes e, não raro, exerce algum tipo de influência sobre nós. Modifica nosso comportamento, aumenta nosso grau de exigência ou, no mínimo, faz com que repensemos nossos antigos valores.
Mais do que isso. Gente assim preenche nossas lacunas, alimenta nossa alma, nos ensina outras formas de divertimento, nos mostra novos conceitos sobre velhos assuntos e nos faz, de diversas maneiras, entender melhor o mundo. E isso porque amplia nossos horizontes e, assim como o sol, ilumina nossos dias... e nossos pensamentos também.
Portanto, ao cruzar com alguém que tenha brilho próprio, não tenha medo de ser ofuscado. Procure observar seus passos, absorver seus ensinamentos, copiar seus exemplos, com a certeza, sempre, de que,depois dele(a), você não mais será o mesmo.
n n n COMETAS E ESTRELAS
Há pessoas estrelas; Há pessoas cometas.
Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam.
As estrelas permanecem. Os cometas desaparecem.
Há muita gente cometa. Passam pela vida da gente apenas por instantes, gente que não prende ninguém
e a ninguém se prende. Gente sem amigos. Gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Há muita gente cometa. Assim são muitos e muitos artistas. Brilham apenas por instantes nos palcos da vida. E com a mesma rapidez com que aparecem, também desaparecem.
Assim são muitos reis e rainhas de todos os tipos. Reis de nações, rainhas de clubes ou concurso de beleza. Assim rapazes e moças que se enamoram e se deixam com a maior facilidade. Assim são pessoas que vivem numa mesma família e que passam pelo outro sem serem presença.
Importante é ser estrela. Estar presente. Marcar presença. Estar junto.
Ser luz. Ser calor. Ser vida. Amigo é estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. Coração que não quer enamorar-se de cometas que apenas atraem olhares passageiros.
E muitos são cometas por um momento. Passam, a gente bate palma e desaparecem.
Ser cometa é não ser amigo. É ser companheiro por instantes. É explorar sentimentos.
É ser aproveitador das pessoas e das situações. É fazer acreditar e desacreditar ao mesmo tempo.
A solidão de muitas pessoas é conseqüência de que não podem contar com ninguém.
A solidão é resultado de uma visão cometa. Ninguém fica. Todos passam.
E a gente também passa pelos outros.
Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder vê-las e senti-las.
Todos os dias poder contar com elas. Todos os dias ver sua luz e calor. Assim são os amigos.
Estrelas na vida da gente. Pode-se contar com eles. Eles são uma presença. São aragem nos momentos de tensão. São luz nos momentos escuros. São pão nos momentos de fraqueza. São segurança nos momentos de desânimo.
Olhando os cometas é bom não sentir-se como eles. Nem desejar prender-se em sua cauda.
Olhando os cometas é bom sentir-se estrela. Marcar presença. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz para muitos amigos. Ter sido calor para muitos amigos. Ter sido calor para muitos corações. Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas,
é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa.
É nascer e ter vivido e não apenas existido.
domingo, 11 de maio de 2008
SIMPLESMENTE GATOS... (Arthur da Távola)

Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu. Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado? Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor? Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo? Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto.
E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso. "Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser. O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio e espelho. O gato é zen. O gato é Tao.
Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige. Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento. O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta. Nada diz, não reclama. Afasta-se.
Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir. O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber. Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.
O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo ( quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.
Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências. O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
(Arthur da Távola morreu esta semana. Morre o homem, fica o poeta. Adoro este texto, embora não tenha nenhum animal de estimação.)
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Onde andará o meu doutor?

Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo...
O Meu Doutor que curava a minha dor, não apenas a do meu corpo mas a da minha alma, que me transmitia paz e calma! Chegando à recepção do consultório, fui atendida com uma pergunta: QUAL O SEU PLANO? ... O meu plano? Ah, o meu plano é viver mais e feliz! é dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e preencher esse vazio que sinto agora! Mas a resposta teria que ser outra...o MEU PLANO DE SAÚDE é .... Apresentei o documento do dito cujo, já meio suada, tanto quanto o meu bolso, e aguardei...
Quando fui chamada corri apressada, ia ser atendida pelo Doutor, aquele que cura qualquer tipo de dor, entrei e o olhei, me surpreendi, rosto trancado, triste e cansado... será que ele estava adoentado? E, quem sabe, talvez gripado, não tinha um semblante alegre, provavelmente devido à febre... Dei um sorriso meio de lado e um bom dia... Sobre a mesa, à sua frente, um computador, e no seu semblante a sua dor. O que fizeram com o Doutor? Quando ouvi a sua voz de repente: O que a senhora sente? Como eu gostaria de saber o que ELE estava sentindo... Parecia mais doente do que eu, a paciente... Eu? ah! sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação e esperei a sua reação. Vai me examinar, escutar a minha voz auscultar o meu coração... Para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse: peça autorização desses exames para conseguir a realização...
Quando li quase morri... TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA, RESSONÂNCIA MAGNÉTICA e CINTILOGRAFIA!? Ai, meu Deus! que agonia! Eu só conhecia uma tal de abreugrafia... Só sabia que ressonar era (dormir), De magnético eu conhecia um olhar... E cintilar são das estrelas! Estaria eu à beira da morte? de ir para o céu? Iria morrer assim ao léu? Naquele instante timidamente pensei em falar: Terá o senhor uma amostra grátis de calor humano para aquecer esse meu frio? Que fazer com essa sensação de vazio? E observe Doutor, o tal Pai da Medicina, o grego Hipócrates, acreditava que A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR. Olhe para mim...
Bem verdade que o juramento dele está ultrapassado! médico não é sacerdote... Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano... Mas, por favor, me olhe, ouça a minha história! Preciso que o senhor me escute, ausculte e examine! Estou sentindo falta de dizer até aquele 33! Não me abandone assim de uma vez! Procure os sinais da minha doença e cultive a minha esperança! Alimente a minha mente e o meu coração.. Me dê, ao menos, uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça... ando sim! gosto de pisar na areia e seguir em frente deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida, estarei errada? Ou estarei com o verme do amarelão? Existirá umas gotinhas de solução? Será que já existe vacina contra o tédio? Ou não terá remédio? Que falta o senhor me faz, meu antigo Doutor! Cadê o Sccoth, aquele da Emulsão? Que tinha um gosto horrível mas me deixava forte que nem um Sansão! E o Elixir? Paregórico e categórico, E o chazinho de cidreira, que me deixava a sorrir sem tonteiras? Será que pensei asneiras? Ah! meu querido e adoentado Doutor!
Sinto saudades dos seus ouvidos para me escutar, das suas mãos para me examinar, do seu olhar compreensivo e amigo... do seu pensar... O seu sorriso que aliviava a minha dor... Que me dava forças para lutar contra a doença... e que estimulava a minha saúde e a minha crença... Sairei daqui para um ataúde? Preciso viver e ter saúde! Por favor, me ajude! Oh! meu Deus, cuide do meu médico e de mim, caso contrário chegaremos ao fim... Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador e o olhar vago e cansado do Doutor! Precisamos urgente dos nossos médicos amigos, a medicina agoniza... ouço até os seus gemidos... Por favor, tragam de volta o meu Doutor! Estamos todos doentes e sentindo dor... E peço, para o ser humano, uma receita de calor, e para o exercício da medicina..... uma prescrição de amor!
(Publicada no Portal do Envelhecimento)
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Poema Matemático

um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base.
Uma figura ímpar olhos rombóides,
boca trapezóide, corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela a dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele com ânsia radical.
"Eu sou a soma dos quadrados dos catetos,
mas pode me chamar de hipotenusa".
E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética,
corresponde a almas irmãs, primos entre-si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação
traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas,
círculos e linhas senoidais.
Nos jardins da quarta dimensão,
escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e,
enfim, resolveram se casar, constituir um lar mais que um lar,
uma perpendicular.
Convidaram os padrinhos: o poliedro e a bissetriz,
e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro,
sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos
e foram felizes até aquele dia em que tudo, afinal, vira monotonia.
Foi então que surgiu o máximo divisor comum,
frequentador de círculos concêntricos viciosos,
ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, quociente percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema,
ele era a fração mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser moralidade,
como, aliás, em qualquer Sociedade ..."
(Antônio Carlos Jobim)
A MORTE DEVAGAR
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto sobre o branco e os pontos sobre os "is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos e soluços, corações aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias se queixando da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples fato de respirar.
Quase
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
Sarah Westphal
(Recebido por email de Paulo.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
NO CAMINHO COM MAIAKOVSKI

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
(texto atribuído a Maiakovski)
Depois de Maiakovski
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
(Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007)
O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil…
- até quando?...
ELEGÂNCIA
É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam, e, quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não.
Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para fazê-lo...É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.É elegante o silêncio diante de uma rejeição.... Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza, atitudes gentis falam mais que mil imagens...
Abrir a porta para alguém... é muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante.
Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem imenso prá alma...
Oferecer ajuda... é muito elegante.
Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.
(Martha Medeiros)